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Com histórias de superação, haitianos do 


Pérolas Negras veem na Série B do Rio a

oportunidade para sonhar

Jogadores estão hospedados numa fazenda em Paty dos Alferes
Jogadores estão hospedados numa fazenda em Paty dos Alferes Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Leonardo Barros
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A música haitiana rompe o silêncio em um dos corredores do casarão do século 19. No canto, uma fileira de mais de 20 pares de chuteiras mostra que os novos moradores da Fazenda Quindins, em Paty dos Alferes, no Sul Fluminense, têm uma forte ligação com o futebol. Entre a saudade do Haiti e a esperança de vencer no esporte, um grupo de jovens se prepara para disputar o Estadual sub-20 da Série B, a partir de sábado. Descobertos pelo Pérolas Negras — programa da Viva Rio no Caribe —, vestirão a camisa do Audax.
Arrendada pela ONG, a fazenda recebe os atletas desde janeiro, após a equipe disputar a Copa São Paulo de Juniores. Oito jogadores já estão prontos para o Estadual, mas o número chegará a 16 quando problemas burocráticos forem resolvidos.
Pares de chuteiras no corredor do casarão em Paty
Pares de chuteiras no corredor do casarão em Paty Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Com um português carregado de sotaque crioulo (dialeto do Haiti), as lembranças se confundem com os sonhos longe da terra natal — atingida por um terremoto em 2010, quando pelo menos 250 mil pessoas morreram.
— Estava jogando futebol naquele dia e me atirei no chão. Pensei que tivesse sido algo pequeno, mas me assustei ao ver as casas destruídas e pessoas mortas em todos os lugares — recorda o meia-atacante Fénélon Marckenson, de 17 anos.
Fénélon busca mais uma chance no futebol brasileiro
Fénélon busca mais uma chance no futebol brasileiro Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Atleta do Pérolas com mais tempo de Brasil, o camisa 10 passou por testes no Audax São Paulo,Cruzeiro, Boavista e Vasco. Agora, vê no Estadual mais uma oportunidade de vencer no futebol.
— Nasci com a bola nos pés, sempre incentivado pelo meu pai. A bola significa um futuro melhor para mim — afirma Fénélon: — Quero morar com a minha família no Brasil ou na França. Quando ganhar dinheiro, volto para ajudar o Haiti.
Oracius minimiza a saudade da família com mensagens pela internet
Oracius minimiza a saudade da família com mensagens pela internet Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Há três meses no Brasil, Oracius Wilnond, de 18, usa a internet para amenizar a saudade de casa. Fã de Juan, do Flamengo, já defendeu sua seleção na base.
— Todos os haitianos gostam do Brasil. Não quero voltar para o Haiti, vejo a minha vida com mais possibilidades aqui — compara o zagueiro.
Criado em 2011, o projeto segue no Haiti com adolescentes de 12 a 17 anos. De lá, acompanham a caminhada dos mais experientes. Na Copinha, o Pérolas não pontuou, mas a lição foi importante.
— Vimos o potencial dos garotos, estamos melhorando alguns pontos nos treinos — conta o técnico Rafael Novaes: — Conhecemos o Haiti pelas tragédias. Mas com o futebol esses garotos podem mostrar que no país também existe esperança.
Criado em 2011, o projeto segue no Haiti com adolescentes de 12 a 17 anos. De lá, acompanham a caminhada dos mais experientes. Na Copinha, o Pérolas não pontuou, mas a lição foi importante.
— Vimos o potencial dos garotos, estamos melhorando alguns pontos nos treinos — conta o técnico Rafael Novaes: — Conhecemos o Haiti pelas tragédias. Mas com o futebol esses garotos podem mostrar que no país também existe esperança.
Técnico Rafael Novaes conversa com os atletas no Estádio do Portela
Técnico Rafael Novaes conversa com os atletas no Estádio do Portela Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Aprender para crescer
A seleção do Haiti ocupa apenas a 65ª colocação no ranking da Fifa. Por isso, o projeto Pérolas Negras também busca a formação de membros para a comissão técnica. É o caso de Solon Jonathan, de 19 anos, ex-volante da equipe e que está no Brasil passando por uma experiência fora de campo.
Solon Jonathan deixou o filho e a mulher no Haiti
Solon Jonathan deixou o filho e a mulher no Haiti Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Em muitos momentos, o pensamento do jovem vai para Porto Príncipe — capital haitiana —, onde estão sua mulher e seu filho, de apenas quatro meses.
— Tento não sentir saudades, pois sair do país é a única opção para ter uma vida melhor. Vou conseguir ser um técnico e trazê-los para o Brasil — planeja Solon.
Além de absorver os ensinamentos da comissão técnica, o haitiano é o responsável por arrumar o uniforme de jogos e treinos. Ele diz que o terremoto de 2010 atrasou ainda mais a evolução do país, que sempre sofreu com a desigualdade social.
— Ganhei uma grande oportunidade no futebol e espero aproveitá-la. Muitos não têm o que comer, onde morar — ressalta Solon: — Agradeço a Deus por ninguém da minha família ter morrido no terremoto. Mas perdi muitos amigos.
Longe do seu país, os haitianos não vão se deslocar muito em jogos como mandante. As partidas serão no Estádio do Portela, em Miguel Pereira, a menos de 20 quilômetros da fazenda.
A vida dos haitianos em Paty
A vida dos haitianos em Paty Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Jogadores em frente à Fazenda Quindins
Jogadores em frente à Fazenda Quindins Foto: Rafael Moraes / Agência O Globo
Hora do almoço em Paty


Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/campeonato-carioca/com-historias-de-superacao-haitianos-do-perolas-negras-veem-na-serie-do-rio-oportunidade-para-sonhar-18811063.html#ixzz42pt55zAA

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