Após ano de superação, Medina treina backside para reaver título na Austrália
Primeiro brasileiro a vencer em Gold Coast (2014), após derrubar Parko, Taj Burrow e Mick Fanning, atleta afia o surfe de costas para ir bem nas direitas de Snapper Rocks
Há dois anos, Gabriel Medina começou uma temporada mágica de forma imprevisível na Gold Coast australiana, palco da etapa de abertura do Circuito Mundial. Em recuperação de umafratura na fíbula direita sofrida em um treino em Off The Wall, no Havaí, em dezembro de 2013, o fenômeno de Maresias surfou as direitas de Snapper Rocks com perfeição e derrotou na final o ídolo local Joel Parkinson, de virada, nos últimos minutos. Isso tudo depois de eliminar os também australianos Taj Burrow, na semifinal, e Mick Fanning, nas quartas. Medina foi o primeiro brasileiro e o segundo "goofy footer" (pé direito na frente da prancha, portanto, surfou de backside, de costas para a onda) a vencer no famoso point break. Iniciou ali o caminho ao histórico título mundial para o Brasil e conhece como poucos o caminho das pedras.
Medina comemora título em Gold Coast 2014. Ele foi 1ª brasileiro a vencer no local e 2º goofy (Foto: ASP/Kirstin Scholtz)
De volta a Gold Coast para o início do Circuito Mundial de 2016, Medina tenta repetir o feito e desbancar os "regular footer" (pé esquerdo na frente) na famosa praia das ondas perfeitas. O GloboEsporte.com acompanha a etapa em Tempo Real. A primeira chamada para as baterias da 1ª fase será nesta quarta-feira, às 18h30 (horário de Brasília).
- A onda de Snapper Rocks é uma direita muito constante quando está bom. Estou treinando muito o meu backside. Quero explorar ao máximo o que a onda pode proporcionar - disse.
Em 2015, Gabriel Medina acabou sendo derrotado pelo irlandês Glenn Hall (Foto: Divulgação)
O surfista de 22 anos revelou o que muda do Gabriel de 2015 para o de 2016:
- Experiência e saber que eu tenho condições em todos os tipos de onda.
No ano passado, por pouco, o paulista de São Sebastião não conquistou o bicampeonato mundial. Mesmo com um início de temporada ruim e o 21º lugar passadas cinco de 11 etapas, ele recuperou o foco e o seu melhor surfe em uma reação espetacular. Chegou pelo menos às quartas nas últimas seis etapas do Circuito Mundial de 2015, incluindo a vitória em Hossegor, na França, e os dois vices, em Teahupoo, no Havaí, e em Pipeline, no Havaí. Se despediu como terceiro do mundo, atrás de Mick Fanning, em segundo, e do campeão Adriano de Souza, o Mineirinho.
- O ano passado foi de aprendizado. Comecei ali em um momento difícil, tinha acabado de ser campeão mundial, tive que atender a todos os patrocinadores e fazer várias viagens. Foi um ano mais de descontração e quase ainda deu ali no final. Cheguei ainda com chances no Havaí e feliz pelo ano passado. Foi um ano de superação para mim. Eu comecei mal e consegui me superar no final. Serve de incentivo para este ano. Este é um ano que eu quero vir mais concentrado, entrar o ano concentrado no surfe e nas minhas coisas. O foco é o segundo título mundial - disse o atleta em uma visita a crianças de um projeto social do Vidigal, no Rio, no início deste ano.
- Não posso vacilar. Tenho que estar sempre focado a cada bateria e muito certo do objetivo.
Gabriel Medina joga muita água ára o alto em rasgada em Gold Coast, na Austrália (Foto: ASP/ Kirstin Scholtz)
A busca pelo bicampeonato mundial começa na Gold Coast australiana, de 10 a 21 de março, na primeira etapa do Circuito Mundial. Além dos treinos em Maresias, seu quintal de casa, Medina viajou para Fernando de Noronha em sua preparação para a CT de 2016.
- Espero que o Brasil mantenha a sequência de títulos, eu sou um que vou trabalhar para isso. Estou treinando duro, no Brasil mesmo. Costumo treinar funcional duas vezes por dia e mais uma sessão de surfe - revelou Medina.
O Brazilian Storm (Tempestade Brasileira) será representado por 10 surfistas nesta temporada, repetindo 2002. O recorde do país na elite foi em 2001, com 11 surfistas. Além de Gabriel e Mineirinho, os outros oito brasileiros garantidos no seleto grupo dos 34 melhores do mundo são Filipe Toledo, Italo Ferreira, Wiggolly Dantas, Caio Ibelli, Alejo Muniz e Alex Ribeiro.
BATERIAS DA 1ª FASE
Masculino:
1: Italo Ferreira (BRA) x Keanu Asing (HAV) x Ryan Callinan (AUS)
2: Julian Wilson (AUS) x Michel Bourez (TAI) x Adam Melling (AUS)
3: Filipe Toledo (BRA) x Jadson Andre (BRA) x Stuart Kennedy (AUS)
4: Gabriel Medina (BRA) x Caio Ibelli (BRA) x Sebastian Zietz (HAV)
5: Mick Fanning (AUS) x Matt Banting (AUS) x A confirmar
6: Adriano de Souza (BRA) x Kolohe Andino (EUA) x A confirmar
7: Jeremy Flores (FRA) x Adrian Buchan (AUS) x Davey Cathels (AUS)
8: Kelly Slater (EUA) x Matt Wilkinson (AUS) x Conner Coffin (EUA)
9: Nat Young (EUA) x Kai Otton (AUS) x Alex Ribeiro (BRA)
10: Josh Kerr (AUS) x Taj Burrow (AUS) x Kanoa Igarashi (EUA)
11: Jordy Smith (AFS) x Wiggolly Dantas (BRA) x Miguel Pupo (BRA)
12: Joel Parkinson (AUS) x John John Florence (HAV) x Jack Freestone (AUS)
Feminino:
1: Tyler Wright (AUS) x Johanne Defay (FRA) x Alessa Quizon (HAV)
2: Bianca Buitendag (AFS) x Nikki Van Dijk (AUS) x Coco Ho (HAV)
3: Carissa Moore (HAV) x Chelsea Tuach (BRB) x A confirmar
4: Courtney Conlogue (EUA) x Sage Erickson (EUA) x Bronte Macaulay (AUS)
5: Sally Fitzgibbons (AUS) x Malia Manuel (HAV) x Laura Enever (AUS)
6: Stephanie Gilmore (AUS) x Tatiana Weston-Webb (HAV) x Keely Andrew (AUS)
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